O projeto Better Plastics, iniciativa sustentada num ecossistema de inovação do setor dos plásticos, desenvolveu, nos últimos três anos, mais de 20 produtos, 19 materiais e três tecnologias inovadoras e sustentáveis, num investimento de 6,3 milhões de euros. Os resultados foram apresentados a 21 de junho, na Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa.
O projeto Better Plastics, promovido pela APIP e constituído por 52 membros da cadeia de valor do setor dos plásticos em Portugal, envolveu toda a cadeia de valor – desde a indústria química, aos produtores de matérias-primas, às empresas de transformação, marcas próprias, retalhistas, empresas de reciclagem e entidades gestoras de resíduos, – no desenvolvimento de novos materiais, produtos e tecnologias. O PIEP, enquanto coordenador científico do projeto, participou ao nível da investigação nas 4 áreas principais de ação.
Ao nível do design de material, foram desenvolvidas novas soluções para embalagens alimentares que incorporam conteúdo reciclado e são recicláveis no seu fim de vida, nomeadamente embalagens para queijo e carne processada.
Foram ainda desenvolvidos novos materiais biocompostáveis para sacos muito leves para embalar frutas e legumes, com possibilidade de serem reutilizados para o acondicionamento de biorresíduos domésticos. Estes materiais estão alinhados com os ciclos de compostagem industrial existentes em Portugal de 60 dias, que é contrário ao ciclo das centrais europeias de 180 dias. Espera-se colocar este produto no mercado até ao final do ano.
Na vertente do design de produto, foram criadas embalagens de uso alimentar, para o setor das bebidas e dos produtos lácteos, com menores quantidades de material e com incorporação de material reciclado, com características de reutilização e elevada reciclabilidade. Nomeadamente, uma garrafa de água com 50% de reciclado e reutilizável, assim como um copo de iogurte que pode ser reutilizado para outras aplicações no seu fim de vida.
Desenvolveram-se ainda embalagens para a indústria médico-farmacêutica e componentes para o setor rodoviário e automóvel, baseadas no ecodesign e na incorporação de materiais reciclados e recicláveis no seu fim de vida.
Na área da reciclagem, foram desenvolvidas novas tecnologias de pré-tratamento para a redução de contaminantes orgânicos, tintas e odores, permitindo aumentar a qualidade dos plásticos reciclados obtidos por via da reciclagem mecânica, assim como novas soluções de materiais provenientes da reciclagem mecânica e química.
Por fim, nas matérias-primas alternativas, foram desenvolvidos novos materiais biodegradáveis, baseados na valorização de resíduos alimentares e da biomassa, assim como a produção de fibra de carbono verde a partir de um percussor natural.